Flórida em estado de emergência após o furacão Milton

O furacão Milton avançou de forma significativa sobre a região da Flórida, resultando em 16 mortes, conforme relatado pela rede de notícias norte-americana CNN. O ciclone fez landfall como uma tempestade de Categoria 3 na costa oeste da Flórida na manhã de 10 de outubro, trazendo ventos de até 120 mph (193 km/h) antes de enfraquecer e ser reclassificado como uma tempestade de Categoria 1, com ventos reduzidos para 90 mph (145 km/h). Durante sua passagem, Milton também provocou uma série de tornados pelo estado, com cerca de 38 registros associados ao fenômeno, trazendo destruição e caos.

 

Impacto na população 

 

Além dos ventos intensos, Milton causou cortes de energia massivos, deixando mais de 2,4 milhões de clientes sem eletricidade em Sarasota County e nos condados vizinhos. Os residentes em áreas de evacuação foram alertados a buscar abrigo em locais seguros, enquanto equipes de busca e recuperação aguardavam a passagem do furacão para iniciar as operações. 

 

Figura 1- Mapa de população sem energia elétrica. Fonte: PowerOutage

Trajetória incomum 

 

O furacão Milton apresentou uma trajetória atípica, movendo-se de oeste para leste, diferentemente da maioria dos ciclones tropicais, que seguem de leste para oeste. Isso foi causado por uma combinação de fatores, incluindo altas temperaturas no Atlântico tropical, que fornecem energia para o ciclone, e a ação dos ventos alísios, que normalmente direcionam os ciclones para o Caribe e Golfo do México. Além disso, o efeito de Coriolis e a interação com ventos de oeste desviaram o furacão para o norte, enquanto o anticiclone das Bermudas-Açores influenciou sua trajetória final, resultando no deslocamento incomum.

 

Análise do mapa de inundações

 

O mapa apresenta diferentes camadas de informações, possivelmente relacionadas à situação de inundações na Flórida. Utiliza uma variedade de cores para indicar a intensidade das inundações, onde cores mais escuras ou brilhantes geralmente sinalizam situações mais graves, como grandes inundações, enquanto cores mais suaves indicam menos impacto. Os símbolos no mapa representam locais de observação, estações meteorológicas ou medições de rios. Além disso, são categorizadas as inundações em níveis como "grande inundação" e "inundação moderada", permitindo uma melhor compreensão da gravidade em diferentes áreas. 

Figura 2- Mapa de inundações registradas. Fonte: NOAA.

 Diferença entre furacões e tornados

 

É importante também esclarecer a diferença entre furacões e tornados. Enquanto os furacões são grandes ciclones tropicais que se formam sobre águas quentes e podem durar dias ou semanas, com ventos que podem ultrapassar 250 km/h, os tornados são colunas de ar intensas, de menor escala e duração, formadas em terra firme a partir de tempestades severas. Os tornados podem ter ventos extremamente fortes, que podem ultrapassar 500 km/h em casos extremos, causando danos rapidamente em áreas menores.

 

Raridade dos furacões na América do Sul

 

Por fim, furacões são eventos raros na América do Sul, uma vez que a região abaixo da linha do Equador não oferece as condições ideais para sua formação. O Atlântico Sul é geralmente mais calmo, devido à falta de ondas tropicais, comuns no hemisfério norte. Além disso, as variações na velocidade e direção do vento dificultam a formação de ciclones. Os ciclones tropicais não costumam se formar a menos de 500 quilômetros da linha do Equador, onde o efeito de Coriolis é fraco, o que impede a rotação necessária para gerar tempestades. O único furacão registrado no sul do Brasil foi o Catarina, em 2004, que adquiriu características de ciclone tropical, um evento raro na região, onde os ciclones são geralmente extratropicais.