Alternativas ao absorvente descartável ganham espaço no Brasil
O coletor menstrual, também chamado de copinho, está ficando cada vez mais popular no Brasil. Apenas uma das marcas brasileiras deste produto experimentou crescimento de mais de 150% em 2020, primeiro ano da pandemia. No mesmo ano, uma marca nacional de calcinhas absorventes viu suas vendas saltarem 30%.
A tendência de busca por alternativas ao absorvente descartável deve continuar subindo conforme mais mulheres tomam consciência do impacto ambiental desse tipo de produto. Composto de um mix de materiais plásticos -- propileno, adesivo termoplásticos, papel siliconado, polímero superabsorvente, polietileno entre outros -- esses dispositivos levam até 400 anos para se decompor na natureza. Sua reciclagem é complexa, e apenas o Reino Unido tem um projeto de reciclagem de absorventes íntimos, que viram telhas e outros materiais de construção.
Introduzido no país na década de 1930, o “modess” se tornou o método de coletar menstruação mais popular no Brasil. Atualmente, a estimativa é de que cada brasileira contribua com 150 quilos de lixo menstrual ao longo de sua vida fértil devido ao uso de materiais descartáveis.
Pobreza menstrual
Comprar absorvente íntimo todo mês também é um privilégio para poucas, já que a aquisição desses produtos pode variar entre R$9 e R$12 ao mês. Muitas brasileiras vivem a chamada pobreza menstrual, que é quando a mulher não tem recursos para coletar sua menstruação, podendo optar por alternativas ineficazes e até mesmo prejudiciais à saúde. Meninas pobres frequentemente podem faltar à escola durante o período menstrual, enquanto moradoras de rua e detentas ficam ainda mais vulneráveis neste período.
Há projetos que fazem doações de absorvente descartável a escolas e a mulheres em situação de vulnerabilidade, além de iniciativas de governos estaduais e prefeituras.
Mas o custo de fornecer todo mês esse tipo de produto poluente é mais alto do que alternativas reutilizáveis, já empregadas com sucesso por projetos humanitários da ONU em diferentes partes do mundo.
As principais alternativas ao absorvente de plásticos são o copinho, a calcinha absorvente e o absorvente de pano reutilizável -- o bom e velho paninho da vovó. Confira a indicação e durabilidade de cada um deles:
Coletor menstrual ou Copinho: média de preço R$79
Feito de silicone hipoalérgico, o copinho armazena o sangue menstrual por um período de até 12h ininterruptas. Depois desse período o coletor deve ser retirado, esvaziado e higienizado, sendo inserido novamente logo em seguida. É o método ideal para quem está habituada a usar os absorventes internos descartáveis.
Durabilidade: de 3 a 10 anos, dependendo dos cuidados no uso.
Calcinha absorvente: média de preço R$59
Compostas de camadas de tecidos, são semelhantes a uma calcinha normal ou a uma calcinha de biquini. Podem ser feitas de tecidos sintéticos ou de algodão, o que também influencia em sua durabilidade. A higienização é semelhante a de qualquer peça de roupa: devem ser lavadas normalmente em água corrente com sabão comum. Essa opção é ideal para quem está acostumada aos absorventes externos descartáveis.
Durabilidade: de 3 a 5 anos
Absorvente de pano lavável: média de preço: R$25
Os absorventes de pano reutilizáveis em geral são feitos de tecido natural, como o algodão, e preenchidos com camadas de tecidos absorventes. Podem ser lavados normalmente, mas como o tecido natural mancha com mais facilidade, a durabilidade de cada peça também é menor. Também é ideal para quem se acostumou aos absorventes externos descartáveis.
Durabilidade: de 2 a 3 anos