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Rachaduras: A calamidade em Gramado, Rio Grande do Sul

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3 min de leitura

A cidade turística de Gramado, no Rio Grande do sul, enfrenta uma crise sem precedentes com a decretação de calamidade pela Prefeitura. Com mais 540 pessoas forçadas a deixar suas casas devido ao surgimento de rachaduras gigantes em diferentes áreas do município.

 

Calamidade declarada: A Prefeitura de Gramado, após identificar rachaduras em ruas e prédios, decretou estado de calamidade. Mais de 500 pessoas foram deslocadas de suas residências, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de compreender as causas subjacentes.

 

Fatores geográficos e geológicos: Orograficamente diversificado, o Rio Grande do Sul apresenta planícies, planaltos e depressões. Gramado está localizada numa região de transição, entre a depressão central e o planalto norte (serra), com altitude variando entre 500 e 900 metros. Segundo Embrapa solos, o solo predominante, o cambissolo, é suscetível a diferentes níveis de drenagem e profundidade.

 

Impacto das chuvas acima da média: A região tem enfrentado meses de chuvas intensas, muito acima da média histórica. Dados da estação meteorológica de Canela-RS mostram índices pluviométricos alarmantes em setembro e outubro, e novembro não tem sido diferente. As chuvas excessivas saturam o solo, contribuindo para os deslizamentos e rachaduras.

 

Setembro: 433.6mm (Média Climatológica: 170-190mm para o mês)
Outubro: 356.4mm (Média climatológica: 170-200mm para o mês)
Novembro último 15 dias (10 de novembro a 25 de novembro): 349mm (Média climatológica: 140-160mm para o mês)


Combinação perigosa de fatores: A topografia elevada aumenta a inclinação do terreno, tornando-o propenso a deslizamentos. O solo permeável, típico dos cambissolos, permite rápida infiltração da água, reduzindo a coesão do solo. As chuvas intensas, muito acima da média, saturam o solo, aumentam o peso e diminuem a resistência do terreno. Essa sinergia de fatores cria um ambiente propício para deslizamentos, com a água infiltrada atuando como agente desencadeador.

 

Gramado enfrenta uma crise complexa, resultado da interação entre fatores geográficos, geológicos e meteorológicos. O deslocamento significativo de moradores destaca a urgência de ações para mitigar danos futuros e proteger a população. A resposta apropriada envolve não apenas o gerenciamento de crises imediatas, mas também a implementação de medidas de longo prazo para prevenir eventos semelhantes no futuro.

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