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Infraestruturas resilientes e a economia do cuidado

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5 min de leitura

Entenda o ODS 9 e veja o que uma rede com mais de 50 organizações brasileiras está fazendo para ajudar a Amazônia a caminhar nesse sentido


por Angélica Queiroz


“Construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação”. Esse o nono dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), meta especialmente desafiadora para o Brasil, onde boa parte da população ainda não tem acesso a infraestruturas básicas, como estradas, luz elétrica, saneamento básico e internet.

 

 

Foto: Getty Imagens


Mas, você sabe o que é infraestrutura resiliente? Ela deve ser baseada em projetos planejados e construídos de forma sustentável e levando em conta as necessidades das pessoas que vivem nos locais onde eles serão desenvolvidos. 


Com o avanço dos eventos extremos causados pelas mudanças climáticas, infraestruturas resilientes são também aquelas capazes de adaptar os ambientes para lidar com esses episódios. E isso está diretamente relacionado aos outros dois pontos desse ODS: industrialização inclusiva e inovação, já que as soluções virão justamente dessas áreas.

 


Economia do cuidado

 

As mudanças necessárias para atingirmos as metas do ODS 9, no entanto, envolvem, pensar em um novo modelo de desenvolvimento, não mais baseado em concreto e megaprojetos, mas em uma economia do cuidado, que pense nas pessoas e também no meio ambiente, tanto no campo quanto nas cidades. 


O GT infraestrutura, um grupo de mais de 50 organizações da sociedade brasileira, trabalha há 10 anos para ajudar o país a planejar e construir infraestruturas baseadas na justiça socioambiental. O grupo tem discutido e apresentado propostas de alternativas para barrar projetos de baixa governança, que não caminhem no rumo da resiliência. Também tem apoiado iniciativas inovadoras de boas práticas, protagonizadas por comunidades locais, movimentos sociais e parceiros, que fomentem o desenvolvimento sustentável na sua concepção e implementação.

 


Infraestrutura na Amazônia

 

No final de julho, a rede se reuniu em Alter do Chão para discutir, especificamente, a infraestrutura na Amazônia, uma das regiões do país mais carentes nessa área. A Carta de Alter, documento final do encontro, defende um desenvolvimento para as pessoas e com o meio ambiente.

 

“O Brasil pode ajudar o planeta a mitigar os efeitos da crise climática. No quesito infraestrutura, para tanto precisamos de infraestrutura PARA a Amazônia e não apenas NA Amazônia. Devemos considerar fundamentalmente o respeito e a promoção de arranjos socioprodutivos capazes de conviver com a floresta e garantir o acesso a direitos básicos como saúde, educação, energia e saneamento”, diz o documento.


Em seu mais novo livro, produzido a partir de uma demanda do GT Infraestrutura, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Abramovay, propõe novas dimensões para se pensar a infraestrutura, com alternativas para enfrentar melhorar as condições de vida e reduzir as desigualdades, não apenas evitando a destruição, mas fazendo uso e regenerando a riqueza natural da qual a própria vida na Terra depende.

 

Em uma abordagem inovadora, o professor propõe que a floresta “é a mais importante e promissora infraestrutura para o desenvolvimento sustentável”. No dia 2 de agosto, o trabalho será lançado em São Paulo, com a presença do autor.  

 

ODS

 

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, fazem parte do plano de ação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, definida em 2015, durante uma reunião de líderes mundiais na sede da ONU, em Nova York. Os ODS são tarefas válidas para todo o mundo, com objetivos comuns para fazer do planeta um lugar mais justo e sustentável. Aqui a gente explica melhor e conta quais são eles.

 

 

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