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O Brasil está prestes a alcançar a marca de 100mil focos de queimadas em 2021, liderado pelo estado de Mato Grosso que já registrou 14.052 focos entre 01 de janeiro e 03 de setembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O maior aumento aconteceu nos estados da Bahia e de Goiás, com 138% e 137% a mais que no mesmo período do ano passado.
Queimada no Parque do Juquery (SP) em 23/09/21. Foto: Cap PM Robson Mitsuo Munhoz Guenca (Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil da Região Metropolitana).
No final do mês de agosto um corredor de umidade que se formou entre o Sudeste e o Centro-Oeste chegou a controlar os focos de queimada na região central do país, mas agora o ar seco voltou a ganhar intensidade e o número de queimadas está aumentando. Só nesta sexta-feira (03) foram mais de 100 focos registrados em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e em Goiás.
Mas o que causam as queimadas?
Para que ocorra a combustão é necessário que se tenha 4 elementos: Combustíveis, Comburentes, Oxigênio e Reação em Cadeia, conhecido como Tetraedro do Fogo. Se não houver um desses elementos, o incêndio será controlado.
Com vários dias sem chuva, a umidade do ar e do solo ficam cada vez mais baixas, o que deixa o cenário favorável ao fogo. As bitucas de cigarro jogadas nas rodovias, balões soltos na atmosfera, um pequeno caco de vidro no meio de uma área seca e até a queima para rebrota de pastagem sem o devido acompanhamento são alguns exemplos de fatores que podem fazer a ignição das chamas.
As florestas e as áreas de plantações estão cheias de materiais que pegam fogo com facilidade e qualquer fagulha dá início aos focos de incêndio. Quanto maior o incêndio, mais difícil é o controle.Um dos inimigos do controle de queimadas é o vento, que além de espalhar as chamas para áreas ao redor, consegue transportar fuligem aquecida o suficiente para dar início a um novo ponto de queimada, metros adiante do foco original.
Queimada no Parque do Juquery (SP) em 23/09/21. Foto: CP PM Robson Mitsuo Munhoz Guenca (Coordenador Regional de Proteção e Defesa Civil da Região Metropolitana).
Quando o incêndio sai do controle, só uma equipe preparada de brigadistas treinados ou o Corpo de Bombeiros é capaz de conter as chamas e até aeronaves são usadas no combate, transportando água para resfriar a região e tentar apagar o fogo. Alguns incêndios podem durar dias até que sejam completamente contidos ou, pior, consumam toda a área vegetada daquela região, como é o caso do incêndio que ocorreu recentemente no Parque do Juquery em Franco da Rocha (SP), onde quase 100% da área foi destruída pelas chamas. Agora vamos entrar em mais um período de atenção com relação ao tempo seco.
O risco de queimadas aumenta nos próximos dias
Os próximos cinco dias serão de temperaturas em elevação, principalmente no Paraná, nos estados do Sudeste, do Centro-Oeste e no interior do Nordeste. O ar ficará cada vez mais seco e o risco para queimadas aumenta muito. Por volta do dia 09 de setembro uma frente fria consegue avançar para o interior do país, mas até lá não há expectativa de chuva.