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Eloise atingiu a intensidade de um ciclone tropical. Segundo a StormGeo, o ciclone tropical Eloise se intensificará rapidamente nessa sexta-feira (22) antes de atingir a costa entre hoje à noite no início da manhã de sábado.
O sistema tem potencial para provocar danos significativos, embora não devam ser tão graves quanto os danos provocados pelo ciclone Idai que atingiu a região a dois anos atrás.
Após a chegada ao continente, Eloise deve enfraquecer significativamente. No entanto, espera-se que cause inundações e deslizamentos de terra nas áreas atingidas.
Imagem mostra a probabilidade de influência do sistema
O presidente do conselho autárquico da Beira, Daviz Simango, disse nesta sexta-feira que o município está em prontidão para enfrentar a tempestade Eloise.
"Poderá haver rajadas com mais de 150 quilómetros por hora", disse apelando aos habitantes para encontrarem abrigos seguros e libertarem as zonas de drenagem de águas pluviais. "A cidade deve estar deserta" a partir da tarde desta sexta-feira. "As instituições e o comércio devem fechar para permitir que todos possam cuidar dos seus haveres. É desta forma que seremos solidários para que cada um de nós seja resiliente e se adapte às mudanças climáticas", detalhou.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) de Moçambique prevê que a tempestade Eloise atinja a costa do país no dia 23 ou 24 de janeiro, anunciou em comunicado.
Próximas horas serão cruciais
Espera-se que o pico da intempérie aconteça entre a 01:00 e as 05:00 da madrugada (entre as 23:00 e as 03:00 tempo universal), que a ondulação chegue a 2,80 metros e que haja 100 milímetros de precipitação acumulada em 24 horas, referiu Daviz Simango.
A cidade de Beira vai se consolidando como corredor de tempestades tropicais. "Sofremos, resistimos porque somos resilientes", disse Simango, considerando que se trata de um reflexo das alterações climáticas em curso devido ao aquecimento global.
Chuva e vento forte têm afetado desde o início da manhã várias regiões costeiras das províncias de Nampula, Zambézia e Sofala, prevendo-se um agravamento em direção a Inhambane, no sul.
Voos cancelados e navegação proibida
De acordo com a agência de notícias DW, como medida preventiva, as autoridades moçambicanas decidiram suspender parte dos voos domésticos e a navegação ao largo da costa central foi interditada. As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) anunciaram nesta sexta-feira, dia 22 de Janeiro, o cancelamento dos voos nas rotas entre Maputo e as capitais provinciais da Beira, Quelimane e Nampula.
O porto comercial da Beira suspendeu as operações até domingo e a administração marítima da província da Zambézia interditou a circulação de embarcações em toda a costa como medida de precaução.
As condições atmosféricas adversas estão ainda a dificultar a transferência de habitantes das zonas baixas do distrito de Búzi, na margem sul do rio Pungúe, oposta à cidade da Beira, após a subida de caudal dos rios por causa das chuvas das últimas semanas.
A zona centro de Moçambique foi atingida no final de 2020 pela tempestade Chalane que afetou 73.500 pessoas e provocou sete mortos, segundo o último balanço das autoridades.
O país está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.